O Segredo de “O Segredo”…

…É que se embrulharmos bem um conjunto de coisas que não fazem sentido; metermos pelo meio de afirmações extraordinárias e não provadas a frase “como a ciência provou”; misturarmos deliberadamente mecanismos psicológicos bem conhecidos interpretando-os abusivamente; afirmarmos que só funciona se acreditarmos a 100% e – principalmente – arranjarmos o número suficiente de pessoas dispostas a engolir tudo acriticamente…podemos ficar ricos.


É o grande fenómeno dos últimos tempos. O “Segredo”. O livro, o filme, as mega-conferencias. “O Segredo”? Eu se soubesse um segredo assim, guardava-o para mim, a menos que o segredo fosse, bem…vender o segredo.
Na base do “Segredo” está a Lei da Atracção. Muito sinteticamente, para o caso de haver alguém que ainda não sabe o que é, esta “Lei” diz que atraímos tudo o que nos acontece. Bom e mau. Daí deriva que se pensarmos e desejarmos o suficiente qualquer coisa, ela será atraída para nós. Por exemplo, se eu desejar o suficiente um Ferrari, ele surgirá na minha vida. Ora, desde miúdo que desejo um Ferrari e nas poucas vezes que ele surgiu, ia a ser conduzido por outra pessoa. Se calhar não desejei o suficiente…
Fora de brincadeiras, este principio do pensamento positivo – desejar alguma coisa e convencer-se de que podemos tê-la – até tem algum fundamento. Do ponto de vista cognitivo, se conseguirmos controlar os pensamentos negativos que nos impedem de fazer coisas, mais depressa conseguimos fazê-las, perseverar, trabalhar o suficiente para atingi-las. A questão é que, por exemplo, para além do meu desejo de terminar a licenciatura, houve outras coisas que fiz: estudei, evitei faltar às aulas, fiz os trabalhos e os exames. Não me limitei a “desejar” que o canudo fosse atraído pelo meu pensamento.
Só desejar, por mais que o façamos, não é suficiente. Há que trabalhar para isso.
No meu trabalho deparo-me diariamente com pessoas cujo maior desejo, cujo mais forte pensamento, é nunca mais consumir drogas. Contudo, isso não basta. Há que identificar e alterar pensamentos que levam ao consumo, há que identificar situações de risco, há que criar e desenvolver estratégias de controle do impulso de consumo – mesmo quando o que mais desejamos é não consumir. Mas, mesmo com isto tudo feito, não é garantido o sucesso. E isto é muito mais que desejar não consumir. Há que trabalhar para isso.
A Lei da Atracção chega a ser cruel. Se atraímos tudo o que nos acontece, ao que parece andamos todos a desejar pagar mais pela gasolina. Talvez as pessoas dos países que produzem petróleo desejam que o preço suba. Mas, pelo que sei, há mais pessoas a desejar a diminuição do preço do que pessoas a desejar o aumento. A Lei da Atracção não faz sentido. Se assim fosse, muito português andava a desejar ficar desemprego, perder a casa, ter fome.
Outro exemplo: Se a Lei da Atracção funcionasse, neste Campeonato Europeu de Futebol, ganhariam os países com mais população, já que haveria mais pessoas a desejar a vitoria do seu país. Ora não é isso que acontece. Depende só de quem está em campo, poderia argumentar um estudioso do “Segredo”. Bem, se assim fosse, a maioria dos jogos acabaria empatado (até dou de barato que uma equipa possa desejar mais que outra). É que não basta desejar ganhar o jogo, é preciso jogar melhor, ter mais talento, melhor estratégia e uma pontinha de sorte. Desejar não é suficiente.
Há uns meses atrás, uma amiga minha justificava a sua mudança de residência para a Ribeira do Porto como estando relacionada com esta Lei da Atracção. Desejou e a coisa aconteceu…Pois entre o desejo e o acontecimento houve muita coisa que aconteceu e que ela fez: trabalhou mais, poupou dinheiro, arranjou comprador para a casa antiga, teve a sorte de encontrar a casa desejada na Ribeira. Não bastou desejar. Fez por isso.
O problema é que temos a tendência para valorizar as coisas que confirmam as nossas expectativas. Acredito no Segredo, vou atribuir a ele os meus sucessos. Se falhei é porque não acreditei o suficiente. Isto é uma fórmula vencedora…para os autores do Segredo. Se consigo o que quero é porque coloquei a mente e o meu esforço nesse objectivo. Se não consegui, mesmo querendo muito e esforçando-me muito é porque outras variáveis influíram. Não tenhamos a pretensão de controlar tudo o que nos acontece.
O Segredo é mais que isto, envolve até Física Quântica!!!!! Em bom português, é misturar alhos com bugalhos. Os argumentos apresentados parecem-me estapafúrdios e quem dedica a vida a estudar física diz que são mesmo. Como é que a física das partículas me faz ter um Ferrari por desejá-lo é uma coisa extraordinária…
Querem saber o verdadeiro segredo para ter um Ferrari? Trabalhar para isso. Ou ganhar o totoloto…


Um excelente texto a desconstruir “O Segredo” pode ser encontrado aqui

Para os que não percebem Inglês, o blog De Rerum Natura tem diversos posts sobre o tema. Basta fazer uma pesquisa.

Publicada porVictor Silva à(s) 20:29  

16 comentários:

Anónimo disse... 22 de junho de 2008 às 03:39  

Ora aqui está o verdadeiro segredo!
Houvesse mais gente a pensar e a escrever assim, e talvez esses aldrabões não tivessem hipótese de ficar obscenamente ricos à conta dos mais crédulos...

Parabéns pelo artigo (e pelo blog)!

Anónimo disse... 24 de junho de 2008 às 09:33  

O segredo deste artigo tambem pode ser:

Esses aldrabões... retiram muitos clientes aos psicólogos!

È um problema para os milhares que conheço com o canudo debaixo do braço!!!

Já agora, advogados, psicólogos, políticos ... tem conotação "aldrabona", mas fazem falta!!!

A imprenssa tem conotação "hipérbolesca" e bem negativa, mas faz falta!

Penso que alguem desejar algo, focar e trabalhar por o atinjir é positivo, tambem faz falta, com ou sem "segredo"!

O problema é que o desejo da maioria dos humanos são egoístas e altivos!

Ferraris, pois claro, não chega uma bicicleta que até activa a circulação sanguinea,lol!

Perdoem-me a minha forma livre de pensar, mas penso que o artigo tambem poderá ser considerado suspeito., não?

Anónimo disse... 24 de junho de 2008 às 15:19  

As coisas não se conseguem no estado de consciencia vulgar em que se encontrao ser humano mas sim deixando o espirito livre das preocupações e em recolhimento para que consiga o seu intento.O estado de consciencia normal do ser humano não lhe permite conseguir o que quer tanto que o desmoraliza e desacredita.As leis universais são neutras todos podemos conseguir o que queremos mas quem falha é o homem que dá uma importancia primordial á matéria para depois não conseguir o seus desejos."Ou me amas a Mim ou amas o mundo" e pelo mundo é um beco sem saida começamos a casa pelo telhado podemos conseguir alguma coisa temporária para depois afundar tudo novamente,é precisamente como o homem tem vivido até hoje ainda não aprendeu que no seu silencio no não movimento no eixo da roda está todo o seu tesouro, envaidece-se constantemente e afuda-se sempre mais, adeus mundo cada vez pior!!!

Victor Silva disse... 24 de junho de 2008 às 15:57  

Baleu:
quando muito, este tipo de crenças dá é mais clientes para os psicologos...quando o tombo de não funcionar é tão grande que gera frustrações...
Já agora, pode substituir ferrari por bicicleta ou triciclo. Não altera a lógica da coisa ;-)

Anónimo disse... 24 de junho de 2008 às 23:12  

Bem dito amigo Victor Silva!

Já diz o proverbio milenar:
"a expectactiva adiada faz adoecer o coração, mas a coisa desejada quando chega é a árvore da vida..."

Desejar, acreditar, vizualizar, não tem mal algum, pelo contrário, no sentido de nos motivar à acção é excelente!

O problema é mesmo pensar-se que as coisas surgem como dádiva do "Deus da boa sorte", aplicando toda a esperança e investimento nele!

Particularmente, admito que "O Segredo" contem muitas especulações, sencionalismo e exuberância, ou não fosse a Rhonda Byrne uma ex-jornalista. ;)

Ainda assim, retirei boas ilações do livro.

Abraço.

Anónimo disse... 11 de julho de 2008 às 16:45  

Desde logo sublinho que tenho o maior respeito pelo seu percurso académico e que vou apenas deixar aqui escrita uma breve observação, estritamente pessoal, ao seu artigo e a alguns comentários.

Desde pequeno (13, 14 anos) conhecia a agora tão comentada "Lei da atracção". Obviamente que não era um tema descrito em manuais escolares ou em obras expostas na frente das livrarias. Escreviam-no sim, autores estrangeiros com clara influência norte-americana. Era por lá se aplicavam e discutiam estas "regras". Como todos sabemos e apesar de considerarmos as universidades portuguesas excelentes essa excelência fica muita das vezes à porta das faculdades porque o conhecimento hoje apresentado aos alunos é deveras filtrado e parece ignorar a cultura Mundial. Assim como o paranormal não é sequer estudado nestas terras, outros assuntos rotulados de imediato como "absurdos" não são alvo da mínima investigação. Compreendo que tal aconteça, somos um povo que só acredita no que vê. Quero com isto dizer que não acredita no plausível apenas no possível.

Assim, este povo que é o nosso, não consegue sequer "discutir" com dignidade sobre algo que não está provado que exista mas também não está provado o contrário.

Certo é também, que não se consegue abstrair da letra do texto, ou seja, interpreta o texto no seu sentido absoluto e não compreende a mensagem. Vou exemplificar: Supondo que estavamos em 1508 e eu afirmava que "o homem é capaz de voar". Como avaliariam as pessoas esta afirmação? À luz do pensamento da época e infelizmente do actual seria apelidado de "estúpido e ignorante" pois fisicamente e matematicamente era absolutamente impossível o corpo humano do Homem voar. Mas para surpresa de muitos o Homem afinal voa mesmo. Certo, ou estarei errado?

Ao longo destas curtas palavras quis transmitir resumidamente duas questões essenciais: temos de abrir a mente ao plausível e não podemos absolutizar o que lemos/ouvimos. Não podemos absolutizar o sentido da "lei da atracção". Ou seja, eu apenas com 13, 14 anos percebi que esta "lei da atracção" não funcionaria como solução para todos os meus problemas, obstáculos e desejos. Ela era apenas uma "luz" para que eu acreditasse num caminho e para que eu lutasse positivamente pelos meus objectvos. Mas, no fundo, tudo depende das nossas capacidades! A questão principal é que muitas vezes não acreditamos nelas...

Apesar de hoje ser ainda um jovem e com um caminho longo a percorrer na aprendizagem é com mente aberta que avalio o que me pretendem transmitir sem nunca absolutizar e procurando extrair a mensagem e dela retirar os "frutos" para o meu sucesso interior.

De qualquer forma, não posso de deixar de referir a importância da discussão aberta destes temas considerados "obscuros". Pelo que congratulo o Dr. Victor Silva por o ter feito com tal abertura. Bem haja.

Ísis Osíris disse... 13 de julho de 2008 às 19:49  

A rapariga da ribeira deixa apenas um provérbio em que se habituou a acreditar (sem precisar de segredo nenhum) "tem cuidado com o que desejas pq pode cair-te em cima" e já agora, "não cuspas para o ar..." :)

Nada como a sabedoria popular.
Noutro dia comentarei o livro!

Anónimo disse... 23 de julho de 2008 às 00:10  

E quanto à auto-sugestão? Porque se formos a ver, a Lei da Atracção não é mais do que auto-sugestão.
Li "O Segredo", sinceramente não gostei, tanto porque já punha em prática algumas das coisas que lá dizem, como a visualização (embora tudo o fosse inconscientemente. Desde que me lembro, sempre fiz isso) como por não ter gostado da maneira como o livro foi escrito.
Mas não deixo de achar que tem lógica que se desejarmos intensamente algo que queremos, e não estarmos sempre a pensar nalguma coisa que não queremos, obteremos mais coisas positivas. Não porque irá cair do céu, porque não acredito em milagres, mas sim por lutarmos mais pelo que queremos.

Acredito sinceramente na importância de se ser optimista ou pessimista no curso de vida de uma pessoa. Basta olharmos para a sociedade: quem é mais feliz? - o pessimista que não se cansa de lamentar os infortúnios da sua vida e os males que ainda virão, e não acreditando numa melhoria da vida não luta por ela; ou o optimista que acredita que tudo o que teve de bom foi devido à sua força de vontade, à sua luta (mesmo que para isso se tenha que ser um bocadinho arrogante, por vezes ;p) e acredita que coisas ainda melhores virão, desde que continue a lutar por elas?

O segredo não é andar para aí à espera que a felicidade caia embrulhada do céu, mas sim acreditar que vão acontecer coisas boas, lutando por elas e acreditando que elas acontecerão. Esse acreditar profundamente não é nada mais nada menos que uma auto-motivação, muito importante, principalmente quando não há motivação por parte das pessoas que supostamente nos apoiariam.

Este comentário foi feito por um laico,por isso não é de espantar que sejam encontrados erros, mas não deixa de ser a minha opinião.

Os meus parabéns pelo blog!

Anónimo disse... 12 de agosto de 2008 às 11:19  

adivinhem quem tem o livro por cá: eu (coisas da minha mãe!!)

não o li nem faço intenções... acredito que o livro ajude mas não é ele que nos traz o que quer que seja d bom

as pessoas precisam de motivação para lutar pelo que querem... no máximo o livro ajuda nesse aspecto

tal como penso que a religião deve ter esse efeito

mas não me venham com a história que se acreditarmos bla bla bla! então seria lindo! tinha tudo! até já era casada com o meu amor platónico!

por favor... os livros cada vez têm temáticas mais patéticas! é a ex do Pinto, o caso Maddie... só tre-ta! bem...ao menos as pessoas lêem...

tal como referiu... as pessoas acham que ao lerem um livrito daquela envergadura vai mudar a vida? só serve para enterrar a cabeça na areia! que bom! agora vou ler o livro e tenho a vida resolvida!!

não façam pela vida não... depois culpem o livro como se ele tivesse ido parar à caixa de correio...

bom blog
continuação de um bom trabalho

Unknown disse... 13 de outubro de 2008 às 23:00  

Devo dizer-lhe, caro Victor Silva, que a Lei da Atracção não é segredo nenhum.

Eu próprio posso testemunhar esse facto, uma vez que já "pratico" a famosa Lei desde que dei, pela primeira vez, uma martelada no meu incauto polegar.

Pensei eu nessa altura: "Isto não foi um acidente, fui eu que atraí o dedo para o martelo, pois estava mesmo com vontade de soltar um impropério".

Desde então, sempre que me apetece usar um português mais vernáculo já atraio outro tipo de atitudes: assumo a brejeirice e mantenho os dedos sãos.

Quanto ao seu insucesso com o Ferrari não consigo perceber como não funcionou. Eu próprio desejei várias vezes ter um descapotável e sempre deu certo: cheguei a ter cinco.

Creio que o pormenor de terem sido todos Citröen Dyane com muitas mãos de livrete não me tirará o mérito...

Anónimo disse... 16 de outubro de 2008 às 00:16  

Excelente comentário. Mas basta ver um pouco dos bastidores dessa mega operação mundial neste vídeo, onde o vigarista David Shirmer, um dos exemplos expostos no livro, é mostrado pela televisão autraliana:

http://www.youtube.com/watch?v=9cKYzliiVGU

Ana Ferreira disse... 29 de outubro de 2008 às 12:04  

Caro Sr.Victor Silva,

Li o seu texto atentamente, parece-me um pouco ceptico relativamente a este assunto. Em certa parte, tembém sou, mas há coisas que me acontecem que têm mudado a minha postura e forma de pensar, atrair, seja o que for.
Por exemplo, as pessoas que estão no desemprego ou contrairam dívidas continuam a arranjar forma de dar a volta e a pensar demasiado no assunto (atraindo mais desemprego, mais dividas), já passei(como todos nós) maus momentos, parei, não pensei... não hesitei... comec ei a dar mais valor às pequenas coisas da vida, mesmo com poucos tostões no bolso, ía jantar fora com o melhor amigo ou numa viagem que não pudesse fazer ia para mais perto e disfrutava igualmente como se fosse para um destino paradisiaco.
Sempre mantive bem acesos os meus desejos. acabar de pagar o carro, arranjar um emprego melhor, ir ao Brasil, e comprar casa. HOJE, digo-lhe: já realizei todos esses desejos (e não vai assim muito tempo). É claro que não é só desejar - para me calhar o totoloto, EU TENHO QUE FAZER O TOTOLOTO... Continuo a sonhar, a dar valor às pequenas coisas da vida, a julgar todas as pessoas da melhor forma, a querer o bem para mim a para os outros, vendo os outros bem sinto-me bem e se me vêem sorrir também sorriem. É assim que me sinto bem!

Melhores cumprimentos, e se ganhar o Ferrari, eu quero dar uma voltinha :-)

Anónimo disse... 21 de janeiro de 2009 às 23:28  

Penso que O Segredo fala sobre coisas que estão na vida e de coomo podemos utilizar nossos recursos internos pouco explorados para entrar em contato, provocar os fenômenos.
Gostei muito do que escreveu.
Fiz um blog mais modesto mas com boa intenção..rs sobre cinema e uma análise meio psicológica e meio Fernandalóloga..se der, me visite!
Um abraço da colega
Fernanda

T. Santos disse... 1 de julho de 2009 às 22:05  

Bem, achei o texto fantástico... É por isto que gosto de psicólogos. Conseguem exprimir o que penso d euma forma tão simples :) este segredo na verdade é o segredo de como ficar rico às custas da ignorância e desastre dos outros. As pessoas que conheço que gostam deste livro são tristes com a vida ou algo do género. Parece mesmo que este segredo alimenta a sua doença bem como a sua ignorância.

Adorei o blog. Já estou a seguri :)

StarryNight disse... 12 de dezembro de 2009 às 18:44  

Excelente comentário!

Cumprimentos

Adamares disse... 1 de junho de 2011 às 22:28  

Olá,
Boa Tarde.
Vocês já estão sabendo do novo informativo da Parceria UNIMED/CRP?
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Adamares Silvério
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